It's a Match!

Eu sempre pensei que deveria começar o blog com o "match", e é mais ou menos isso mesmo. Eu só comecei a viver esse sonho  quando tive a certeza de que iria embarcar e de que eu teria uma família bacana para me acolher no próximo um ano. É o dia mais esperado para uma futura au pair, é a melhor sensação com um combo de sentimentos  que não dá pra explicar, sério, é tudo muito louco...

Foi no dia 2 de abril que eu recebi o e-mail com o "summary" da minha família, e nele continham muitas informações e algumas fotos. A medida que eu fui lendo fui me encantando e visualizando a carinha deles, a casa, a cidade, o estilo de vida, muito diferente do meu, inclusive. Várias coisas me chamaram atenção, pequenas coisas como: a minha host mom tem um piano em casa e adora capoeira, dá pra acreditar? Também achei muito curioso o fato de eles não terem televisão na sala de estar da casa, e principalmente achei incrível como eles se mostraram interessados em conhecer outras culturas, conversar e debater de igual pra igual assuntos com sua futura au pair. E claro, além disso tudo fiquei apaixonada pela carinha das kids. A princípio fiquei um pouco receosa porque trata-se de 3 crianças: Nienke de 4 meses, Job de 3 aninhos, e Anne de 5 anos, mas cada um com uma personalidade diferente, ou seja: um desafio.

Well, eu escolhi ser au pair exatamente porque gosto de desafios, e sim, eu estava muito interessada em conhecê-los melhor. No dia seguinte, 3 de abril eu já teria uma conversa com a host mom, a Carolien, e na hora combinada ela me chamou no skype. Achei que eu fosse cair da cadeira de tão nervosa que estava, no entanto havia me preparado e estava segura do que iria perguntar. A conversa foi mega tranquila e ela me deixou muito a vontade para perguntar o que eu quisesse, e no fim já estávamos conversando como se já nos conhecessemos. Dois dias depois, no dia 5 de abril eu iria conversar com o host father, o Martijn, e eu achei que eu estaria mais tranquila, SÓ QUE NÃO, foi super estranha a nossa conversa, eu fiquei muito nervosa porque ele também quis me deixar a vontade e acabou dizendo pra eu lhe fazer perguntas "ok, mas eu já fiz todas as perguntas possíveis para a Carolien, e agora José?". E aí eu improvisei o que me vinha na cabeça. Nesse mesmo dia conversei um pouquinho com a Anne, ela fala inglês fluente, estava tímida, mas acho que nos demos bem. Resumindo: tive duas entrevistas, uma legal e outra nem tanto.

Normalmente o feedback da família e o match vem juntos alguns dias depois da entrevista, mas comigo foi diferente. Eu recebi apenas o feedback alguns dias depois com a seguinte frase: " a família está muito entusiasmada com você, mas precisa pensar." Ok né?! Pensei: "Faz parte do processo natural da coisa". Passaram-se 7 dias, 10 dias, 15 dias e NADA. Eu acordava e dormia pensando nisso, tinha zilhões de sonhos e não parava de atormentar minhas agentes sobre "o que fazer com a demora", e elas sempre me diziam "Aguardar". No décimo nono dia eu decidi que após o final de semana que viria eu mandaria um e-mail "recusando" a família, mas com o coração apertado, eu realemnte tinha gostado muito deles. No VIGÉSIMO dia tive a resposta.

FOI MUITO CRAZY! Todos os dias eu acordava muito cedo e abria meu e-mail com a esperança da resposta final, mas na sexta-feira 25/04 eu já estava muito cansada e não acordei. Às 09:30 da manhã eu abri os olhos, peguei o celular e tinham: 2 mensagens de texto, uma ligação e muitos recados da Bruna no facebook (em breve vocês vão conhecer a Bruna); além de dois e-mails, recados da Isadora no facebook, e um lindo tópico de: "PARABÉNS PELO MATCH ROBERTA", feito pela Flá ( a agente).

Eu definitivamente não consigo descrever o que  senti. Passaram mil coisas na cabeça, e por mais clichê que pareça, entre nós au pairs, essa foi uma das melhores sensações que tive nos últimos dias. É a certeza de que alguém quer te conhecer melhor e te receber em casa, é a certeza de que você está prestes a viver um sonho e que agora carrega uma responsabilidade dobrada nas costas.

O que eu espero de agora pra frente? Eu diria que espero me dar bem com a minha família e as kids, e ter um ano incrível, mas como isso é muito óbvio, eu espero AGORA: conseguir tirar o visto e passar pelo sufoco de legalizar, traduzir e blá,blá, a minha certidão de nascimento. Mas isso também é assunto para um próximo post! :)